Opinião: Quero-te Morta | Peter James

SINOPSE: Quando uma mulher conhece o atraente e charmoso Bryce Laurent através de um site de encontros, a atração é imediata. Contudo, à medida que a ligação entre eles se torna mais intensa, a verdade sobre o passado de Bryce, e o seu lado mais negro, começam a emergir. Tudo o que contou sobre a sua vida revela-se uma teia de mentiras e, aos poucos, a paixão de Red Westwood converte-se em terror.

Bem... Que livro intenso e perturbador...
Conhecemos uma pessoa online, apaixonamo-nos perdidamente, vamos viver com essa pessoa, partilhar a vida com ela, até que um dia, e depois disso, dia após dia, tudo muda... E vemo-nos numa relação tóxica da qual quase não nos conseguimos livrar... Até ao dia em que finalmente conseguimos! Retomamos a nossa vida, tentamos ultrapassar o trauma, julgamos que estamos em segurança, mas afinal.....

Mesmo quando a leitura já me estava a incomodar devido ao facto de ser demasiado realista e de me trazer memórias menos boas de uma relação tóxica com cenas demasiado semelhantes às do livro, e da história em si e a forma como está escrita me incutir de um medo irracional de: "Céus... E se isto me tivesse acontecido a mim? Há o risco de isto acontecer a qualquer pessoa! Isto acontece!!!", apesar disso tudo, não consegui descansar até terminar a leitura e saber o desfecho, pois o enredo torna-se de tal forma viciante que não há forma de lhe escapar (ironia).

As voltas que a vida dá, e as pessoas que a vida nos trás... Como pode ser bom e como pode ser o total oposto, tornar-se tudo num terrível pesadelo.
O que conhecemos de uma pessoa e o que não conhecemos... Ou o que pensamos conhecer e afinal é tudo mentira... Quando vamos a ver, partilhamos anos de vida com uma pessoa, sem nunca a conhecer realmente... Vivemos numa absoluta fantasia...
Este é sem dúvida um thriller que deixará qualquer mulher irrequieta e receosa, no entanto é de extrema importância ficarmos a par destas coisas, saber que isto não é só ficção, e a importância sobre como nos podemos defender e o que devemos - e podemos - fazer nestas situações.

Mas o maior problema é mesmo esse, não é verdade? Temos a policia onde podemos apresentar queixa, até pode correr bem e levarem a nossa queixa a sério, podem arranjar uma ordem de restrição, no entanto... Quando por trás está alguém que é um total psicopata, demasiado inteligente e inventivo, insensível, desumano e atroz, narcisista e obcecado, cujo único objectivo da vida é destruir a ex-companheira, não vive para mais nada, apenas para a fazer sofrer... O que pode uma pessoa fazer? Só há uma solução definitiva.

Sem dúvida alguma, posso dizer que dentro do género literário, Bryce Laurent é o personagem que mais odiei até agora, a seguir (ou em pé de igualdade) à Dolores Umbridge. Odioso, depressível, odeio-o profundamente! Eu sei, estou a comparar alhos com bugalhos, no entanto falo aqui da raiva intensa que sentimos por um personagem durante a leitura, personagem esse que desperta em nós um instinto quase assassino, e tanto uma personagem como outra despertaram em mim tal ódio que até fez doer...

Pelo que vim a descobrir posteriormente, Roy Grace, o detective encarregado de ajudar Red neste caso, é um personagem fixo numa série de livros do Peter James, sendo este o 10º com Roy. No entanto só descobri por acaso, quando pesquisava mais livros do autor, porque durante a leitura não me dei conta de nada, não senti que tinha perdido parte de alguma história em relação a Roy. Portanto, qualquer livro da saga pode ler-se individualmente.

Quanto à vítima desta história, Red (nome interessante), no início não me cativou por aí além, mas depois com o desenrolar da história e quando ela começa a mostrar alguma "fibra", comecei a gostar dela, e partia-me o coração todas as maldades que o odioso Roy a fez passar, torturando-a de formas mórbidas, querendo que ela sofresse até ao desespero antes de a matar...

Outro facto relacionado com este livro é o autor ter-se inspirado para o escrever numa história pessoal sua, pois ele próprio foi vítima de stalking por uma fã durante vários anos. Dai o livro ser tão realista, e transcreve esses sentimentos muito bem, pois eu senti-os todos...

Uma coisa vos digo: Se há livros que são totalmente recomendados (de tão lamechas) para oferecer no São Valentim... Este livro é o total oposto!

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

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