Opinião: Cleo | Helen Brown

A história real de uma gatinha que salvou uma família
SINOPSE: Helen estava na casa de uma amiga quando recebeu a notícia: Sam tinha acabado de morrer. Ainda pensou que Sam fosse um familiar qualquer distante, mas não, era mesmo o seu Sam, o seu filho mais velho: morreu atropelado, à frente do irmão mais novo. O mundo de Helen começou a ruir. Noites sem dormir, pensamentos suicidas, uma depressão profunda. Enquanto, à sua volta, a família se deixava levar pelo desespero, pelas discussões, pela tristeza infinita de perder um ente querido. Até que um dia bateram à porta. Era uma vizinha, trazia no colo um gato ainda bebé. Helen já nem se lembrava. Um mês antes tinha ido com os filhos ver uma ninhada, e prometera a Sam que lhe daria um dos gatinhos. E ali estava ele, uma impertinente bola de pêlo preto. O seu primeiro impulso foi rejeitar de imediato aquele pequeno intruso. Mas então viu Rob, o seu outro filho, a acariciar o bichano. E pela primeira vez em muito tempo, viu-o sorrir… Cleo tinha chegado a casa. E aos poucos começaria a devolver àquela família a alegria de viver.

Este é um daqueles livros que li e fiquei dias depois sem conseguir envolver-me noutro livro.
Desisti de uns 4 ou 5 até conseguir. O que faço nestes casos é afastar-me dos livros um pouco e ver filmes que me distraiam muito e me consigam fazer sair deste "torpor".

Que podemos nós escrever de livros que nos deixam assim?

Senti-me muito chegada à autora com quem me identifiquei em personalidade e pensamentos, tanto irónicos como filosóficos.
Senti no meu intimo as suas alegrias, as suas tristezas, os seus medos, as suas frustrações, o seu amor, o seu ódio...
Escreveu coisas ao longo do livro que me puseram a pensar muito. Absorveu-me com tal intensidade, que quando acabei de ler o livro até me senti perdida, como se tivesse sido arrancada de algo. Já estava tão habituada à companhia deste livro, pois fez parte durante alguns dias na minha rotina, apanhar o autocarro para ir para o curso, ler na viagem, nos intervalos, no caminho de volta para casa, pegava sempre no livro e "perdia-me".

Coisa que continuei a fazer depois de acabar de ler o livro, porque me esquecia completamente de que já o tinha acabado. E durante uns dias seguintes pegava no livro, que andava sempre comigo e procurava o marcador da página para ver onde ia, para voltar para a companhia/história de Helen e Cleo, lembrava-me que já o tinha lido e vinha sempre aquela sensação de perda...

Tal forma fiquei embrenhada na história, que apesar de ser daquelas histórias que eu gosto, com principio, meio e fim, tudo bem explicado e nada deixado ao acaso, mesmo depois de ter acabado de o ler esquecia-me sempre que já o tinha acabado, pois toda a história me preencheu, não só o principio, o meio ou o fim, mas o todo...
E nos dias seguintes levei outros livros comigo, começava mas não me conseguia "perder" na história como em Cleo, então comecei vários e não os acabei, até sair da fase a que eu chamo: "estado-zombie-não-lê".

Apesar de ser uma história verídica e com acontecimentos trágicos, houve partes do livro em que a força e bom humor da autora me arrancaram boas gargalhadas.

Li este livro sofregamente. Sempre que tinha de parar de ler até me custava.
Começou de forma excelente e acabou de forma excelente. Está soberbamente bem escrito e muito bem traduzido, sem dúvida um dos livros da minha vida.

👉🏻 Wook | Bertrand 👈🏻

Comentários

  1. Um livro com uma forte carga emocional. Deve ser muito bom e deve "mexer" muito connosco.

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